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Segunda - 30 de Julho de 2007 às 08:05
Por: Luiz Celso

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Ao mesmo tempo em que o governo brasileiro esboça iniciativas para tentar solucionar a situação de caos que se abateu sobre os aeroportos brasileiros nas últimas semanas, executivos da área de tecnologia – assim como os milhares de passageiros vítimas dos transtornos pelo País – também estão modificando seus hábitos para conviver com o novo cenário.

As tão freqüentes viagens bate-volta de um único dia para reuniões em clientes têm dado lugar a vídeo ou audioconferências, home office e mesmo reuniões em clientes. Este é o caso da Dell, que tem sua sede administrativa, além do call center e de um centro de desenvolvimento de software, no Rio Grande do Sul.

A companhia decidiu recomendar a todos os seus funcionários que evitem as viagens aéreas por enquanto, uma semana depois do maior acidente aéreo da história do País, em um vôo justamente entre a capital do Rio Grande do Sul (Porto Alegre) e São Paulo.

Vários dos executivos da companhia tinham o costume de utilizar o vôo 3054 da TAM nas vindas a São Paulo, mas felizmente nenhum deles estava no vôo daquele 17 de julho, que vitimou cerca de 200 pessoas.

De acordo com o diretor geral da companhia, Raymundo Peixoto, ele mesmo pretende espaçar mais as vindas antes semanais a São Paulo até que a situação nos aeroportos se estabilize. Segundo ele, em entrevista ao COMPUTERWORLD, a companhia tem utilizado recursos como videoconferência com mais freqüência desde a semana passada e, em alguns casos, chega a utilizar a infra-estrutura de parceiros quando precisa fazer reuniões.

A fabricante de computadores também opta pelo home office para boa parte de sua equipe, como explicou o diretor. Em São Paulo, por exemplo, onde a Dell não tem escritórios, a companhia emprega cerca de 60 pessoas, todas trabalhando a partir de suas próprias casas.

Peixoto acrescenta que em outras regiões, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Brasília, a companhia também é representada por profissionais que trabalham em casa. Mesmo em Porto Alegre, nossa equipe de vendas trabalha via home office, acrescenta.

A Stefanini, também tem reforçado seus contatos à distância, conforme destaca Silvio Passos, vice-presidente de serviços da empresa. Desde o acidente da Gol, cerca de 10 meses atrás, a companhia tem tentado readequar seus compromissos e planejamentos para reduzir os eventuais impactos da crise aérea.

“Já incentivamos há algum tempo a interação de forma remota. Embora seja terrível, uma situação como essa chega até a ajudar na mudança de cultura”, comenta.

No entanto, Passos sinaliza que os transtornos trazidos pela situação tumultuada nos aeroportos são minimizados pela existência de bases locais da companhia espalhadas pelo Brasil.

“Diferentemente de outras consultorias, criamos operações completas em centros de consumo grandes, capazes de percorrer totalmente o ciclo, desde a prospecção comercial, pré-vendas até o delivery”, diz, enfatizando as operações no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Bahia e Pernambuco.

Mudanças permanentes
Para Yim King Po, presidente da integradora YKP, o impacto da crise aérea vai além de transtornos pontuais. Em sua avaliação, a situação vivenciada pelo País deverá contribuir para modificar de forma permanente alguns hábitos de clientes e fornecedores da área de TI.

“A prestação remota de serviços de tecnologia está se tornando mais constante em virtude da dificuldade de locomoção. O que era visto com restrição por muitos clientes já tende a ser aceito com mais facilidade”, comenta. Na avaliação do executivo, estão nessa lista serviços como suporte técnico, help desk e desenvolvimento.

Essa adoção praticamente forçada do contato à distância talvez contribua para colocar o Brasil em um nível de maturidade semelhante aos Estados Unidos e Europa em relação ao uso das ferramentas de contato remoto.

“Nessas localidades é muito comum a compra por telefone e o atendimento online em diversas situações. Por outro lado, o latino gosta de conversar pessoalmente no momento de fechar um negócio. Mas nesse momento, o funcionamento dos negócios vai precisar se readaptar, em hardware, software ou serviços de TI, sob pena de impacto financeiro”, diz.

O diretor-presidente da YKP ressalta ainda que a crise do setor aéreo pode favorecer os canais de distribuição. “Essa situação fortalece os canais, ao passo que dá a eles mais autonomia de atuação. A proximidade com o cliente faz com que empresas até então adeptas totalmente ou parcialmente do modelo direto, considerem também essa alternativa”, conclui.


Fonte: COMPUTERWORLD




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